07/12/2011

Reforma traz mudanças à Ceasinha

Alexandre Veloso (texto e fotos)

Obras no espaço onde os boxes funcionarão provisoriamente, durante a reforma
A mudança dos boxes da Ceasa do Rio Vermelho para a loja da Cesta do Povo, durante a reforma do local, está deixando os comerciantes preocupados. A estimativa deles é que de uma queda de 60% nas vendas durante os 18 meses da reforma. Essa previsão está sendo feita por causa do tamanho do espaço provisório, que é 50% menor do que a atual Ceasa.

23/11/2011

Edmilson, um católico cheio de axé

Aline Valadares

Edmilson e seu filho vendem animais vivos. Fotos: Aline Valadares
“Aqui é o melhor lugar que existe para trabalhar”, diz Edmilson, proprietário da barraca Encontro das Aves, na Feira de São Joaquim. A feira foi fundada há aproximadamente 40 anos e é considerada um entreposto para as mercadorias vindas do recôncavo para Salvador. A barraca pertenceu aos pais de Edmilson, há 30 anos. É um negócio hereditário. “Trabalho aqui desde meus 8 anos e meus filhos já me ajudam”, diz, orgulhoso de ter os filhos na faculdade e ajudando na quitanda.

Marizete vende tapioca no Garcia

Ana Paula Medina

Fotos: Ana Paula Medina
“Guerreira, corajosa e autêntica”, é assim que Marizete Raimunda Rosa, 49 anos, se descreve como mulher. Nascida em Alagoinhas, começou a trabalhar cedo por causa da morte do irmão mais velho, de câncer, e por ter uma mãe alcoólatra, precisando de cuidados. Mora em Salvador, no bairro do Garcia, no qual trabalha vendendo tapioca. Entre uma pergunta e outra, os clientes se aproximavam para comprar seu produto. E de forma alegre ela os atendia.

Dona Raimunda e a barraca de frutas

Tania Araújo

Fotos: Tania Araújo
Raimunda Souza Lima tem 54 anos e mantem uma barraquinha de frutas em Brotas há pelo menos uns cinco anos. A barraca é simples, mas “vende muito bem”, como a própria dona declara.

“Criei dois filhos com a venda de frutas”, conta Raimunda, enquanto ensaca frutas frescas junto com o filho mais novo, “antes nós tínhamos uma barraca no Lobato, aí a situação melhorou e compramos uma casinha aqui na Dom João VI, temos até um carrinho usado”.

22/11/2011

Augusto Pereira: “a Ceasa é uma mãe”

Vaneide Batista


Fotos: Divulgação/EBAL
Augusto Pereira nasceu em Salvador. No alto dos 61 anos de vida, ele diz: “trabalhei muito para chegar onde estou”. Da barraca, onde vende frutas e verduras na Ceasa do Rio Vermelho, obtêm o sustento da família. Pereira é casado e tem três filhos. A luta em conjunto com a família é motivo de orgulho. “Foi aqui, trabalhando nessa barraca, que consegui cuidar de mim e dos meus filhos”, pontua.


16/11/2011

Irene da cerâmica

Lucas Amorim

Fotos: Lucas Amorim e Uende Natane

Moradora do bairro de Castelo Branco, Irene Rocha dos Santos, 42 anos, 15 deles dedicados à vida de feirante, conta que chega a feira desde bem cedo, às vezes até mesmo antes das 5 horas da manhã, para colocar em ordem seus materiais de cerâmica. “É uma rotina cansativa, né? Mas, depois de tantos anos, eu gosto de meu trabalho!”, afirma.

Dona Vanda ou Dona Linda: “a celebridade da feira”

Marina Rodriguez e Yarmila Muniz


“Dona Linda” é como os colegas chamam a feirante Vanderlinda Lacerda, 63 anos, uma das personalidades da feira de São Joaquim. Vinda de uma família humilde com 16 irmãos, sendo quatro por parte da mãe e 12 por parte de pai, tomou as rédeas da vida cedo. “Estudei até a quinta série para poder trabalhar”, disse. Com sete anos já acompanhava sua mãe na feira e com 17 abriu sua barraca. Já está lá há 45 anos, vendendo legumes.

“Cardeal, Passarinho Cardeal”

Isabela Sena e Maithê Gomes



Em português de Portugal, feira quer dizer "quase todo dia": segunda-feira, terça-feira, quarta-feira, quinta-feira... O termo também significa mercado, mas a feira de São Joaquim nos quer dizer algo mais. Ao chegar, você pensa estar num labirinto. Entramos por um corredor cheio de pessoas e objetos pendurados. Numa barraquinha, vendendo quiabos, conhecemos Antônio Santana, que se apresentou como “Cardeal, Passarinho Cardeal”.

Carlos: muito trabalho e alguns sonhos

Adriele Moreno

Fotos: Alan Tiago
Carlos Soares Marinho tem 41 anos, 12 deles dedicados à profissão de gari e varredor de rua. Ele nasceu em Salvador, em 1970. Desde os primeiros anos de vida, Carlos diz que viu muita coisa mudar na cidade. Passou a infância com a família no bairro de Caixa d’água. “Foi lá onde nasci e fui criado com meus oito irmãos”, lembra.

09/11/2011

Encontro religioso na Feira de São Joaquim

Camila Tíssia
Imagem de Santa Bárbara com utensílios de candomblé ao fundo. Fotos: Camila Tíssia / Renato Fonseca
Dentre a grande variedade de religiões existentes no Brasil, é na amada Bahia que o sincretismo religioso está presente com maior força. Sincretismo resulta na fusão de duas ou mais religiões. No estado, essa mistura aparece com mais clareza em duas crenças em especial: o catolicismo e o candomblé. Para cada santo católico existe a associação a um orixá.

Barraca de Juliane: garantia de sabor no tempero

Fernanda Moura e Yrina Vieira





Quem quer fazer uma boa moqueca precisa passar na banca Sabor do Tempero, de Juliane Lázaro Fernandes, 32 anos. Vendedora assídua da Feira de São Joaquim, ela é dona de uma barraca onde vende leite de coco em garrafa, pimenta, azeite de dendê e outros ingredientes da culinária baiana. “Trabalho nessa feira há 30 anos, mas houve uma reforma aqui no local e alugo essa barraca há quatro meses”, afirma.

“Aqui eu faço de tudo: cozinho, cato feijão e sirvo a todos”

Ângela Campos e Thomás Daltro



Crislei Silva é uma trabalhadora da feira de São Joaquim, em Salvador. Com 33 anos, é mãe de um filho e concilia o trabalho com os afazeres domésticos. Há oito anos trabalhando no local, Crislei gosta do que faz todos os dias. “Eu me sinto bem aqui”, afirma a comerciante. Vaidosa, pede a todo momento para ver como saiu nas fotos tiradas. “Nossa! Olha como sou bonitinha”, diz. Ela realiza suas atividades profissionais em uma barraca que vende churrasco e oferece almoço para os demais trabalhadores do local.


Acenízio Souza: “bico da pimenta”

Roberto Luiz e Valter Ruy

Fotos: Roosevelt Souza

Arriba-saia, caruá, dedo-de-moça, da costa, de cheiro, doce, jalapeño, malagueta, minissaia, roxa, sete molhos. A variedade de pimentas vendidas por Acenízio Souza, 25 anos, justifica o apelido pelo qual é conhecido na Feira de São Joaquim: “bico da pimenta”. Alegre, de família humilde, nascido no Subúrbio Ferroviário, ele não se contenta em somente vender, faz questão de apresentar cada um dos tipos do produto e seus usos com o entusiasmo de um especialista.


Rodrigo do acarajé

Marcus Vinícius e Alceu Vinícius
Foto: Marcus Vinícius
Ir a Salvador e não conhecer a feira de São Joaquim é o mesmo que ir ao Rio de Janeiro e não visitar o Cristo Redentor. A feira soteropolitana se destaca pela sua variedade de produtos e pelo baixo preço. Localizada na Cidade Baixa, em Água de Meninos, São Joaquim é a maior feira de Salvador com cerca de 34 mil metros quadrados.