09/11/2011

Rodrigo do acarajé

Marcus Vinícius e Alceu Vinícius
Foto: Marcus Vinícius
Ir a Salvador e não conhecer a feira de São Joaquim é o mesmo que ir ao Rio de Janeiro e não visitar o Cristo Redentor. A feira soteropolitana se destaca pela sua variedade de produtos e pelo baixo preço. Localizada na Cidade Baixa, em Água de Meninos, São Joaquim é a maior feira de Salvador com cerca de 34 mil metros quadrados.



Os feirantes são personagens a parte. Cada barraca, com seus produtos peculiares, é um convite à compra. Uma dessas figuras é o comerciante Rodrigo Barros, 35 anos, 11 deles de feira. Hoje dono de uma barraca que vende produtos para fazer acarajé, ele já fez muita coisa antes de ter seu estabelecimento comercial. "Comecei vendendo lanche e vi que não era tão rentável financeiramente", diz.
Rodrigo Barros conta um pouco do seu cotidiano na feira.

Foto: Alceu Vinícius
P - É difícil trabalhar com público, você atende muitos clientes chatos?
R - É muito difícil. Tem muito cliente chato que quer exigir demais. Já deixei de vender a uma senhora que queria comprar camarão, porém foi muito inconveniente e mal educada.

P - Que horas você começa a trabalhar?
R - A feira abre os portões às 5 horas da manhã, mas acordo às 4 horas e chego aqui às 4h20, porque venho de moto.

P - Quanto vende por dia?
R – No mínimo R$ 100. No período da Semana Santa o movimento dobra, é bem mais rentável. Tem feirantes mais experientes e com pontos maiores que chegam a vender R$ 10 mil por dia nesse período.

Foto: Alceu Vinícius
P - O que mudaria na feira?
R - Gosto daqui, o lugar é bem localizado e tem um bom movimento de clientes, mas os policiais não respeitam os feirantes. Chegam com muita violência e são preconceituosos conosco. Eles (os policiais) não fazem isso nas feiras dos bairros nobres. Queremos mais respeito.

P - O rapa (como é popularmente chamada a fiscalização da Prefeitura de Salvador) atua na feira de São Joaquim?
R - Eles respeitam a gente, até nos ajudam com a organização da feira. Na época em que o prefeito de Salvador era Antônio Imbassahy era mais difícil. Apreendiam todos os produtos.

Foto: Alceu Vinícius

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