09/11/2011

Acenízio Souza: “bico da pimenta”

Roberto Luiz e Valter Ruy

Fotos: Roosevelt Souza

Arriba-saia, caruá, dedo-de-moça, da costa, de cheiro, doce, jalapeño, malagueta, minissaia, roxa, sete molhos. A variedade de pimentas vendidas por Acenízio Souza, 25 anos, justifica o apelido pelo qual é conhecido na Feira de São Joaquim: “bico da pimenta”. Alegre, de família humilde, nascido no Subúrbio Ferroviário, ele não se contenta em somente vender, faz questão de apresentar cada um dos tipos do produto e seus usos com o entusiasmo de um especialista.





A pimenta jalapeño, de origem mexicana, é a melhor para conservas, a arriba-saia é a mais ardida, a pimenta da costa é a preferida das baianas de acarajé. Acenízio informa e sugere produtos para compra, sorri constantemente e não se intimida na frente da câmera. O entrevistador é um cliente em potencial.


O tabuleiro de Acenízio é simples. Não é mais que uma mesa improvisada com uma série de folhas de papelão à guisa de cesta. Não há paredes, pois ele prefere ficar na entrada da feira, onde todos passam. A estrela de sua guia são as lustrosas e coloridas pimentas, indo do vermelho vivo ao amarelo vibrante e verde.

O pimenteiro acredita que o segredo é a qualidade de seu produto. “Eu sou o único que consegue vários tipos de pimenta aqui”, afirma. Ele diz que chega a vender 300 quilos por semana.


Acenízio herdou o ponto do pai, que também vendia pimentas. Lidar com o produto o deixa feliz. Ele nem pensa em mudar de ramo. Seu sonho é aumentar a escala do negócio, possuir um armazém dotado de temperatura adequada, onde seja possível estocar grandes quantidades destinadas à venda para outros estados, como São Paulo. “Eu quero ser o rei da pimenta”, diz, convicto de sua vocação.

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