09/11/2011

“Aqui eu faço de tudo: cozinho, cato feijão e sirvo a todos”

Ângela Campos e Thomás Daltro



Crislei Silva é uma trabalhadora da feira de São Joaquim, em Salvador. Com 33 anos, é mãe de um filho e concilia o trabalho com os afazeres domésticos. Há oito anos trabalhando no local, Crislei gosta do que faz todos os dias. “Eu me sinto bem aqui”, afirma a comerciante. Vaidosa, pede a todo momento para ver como saiu nas fotos tiradas. “Nossa! Olha como sou bonitinha”, diz. Ela realiza suas atividades profissionais em uma barraca que vende churrasco e oferece almoço para os demais trabalhadores do local.




P - Você trabalha aqui quantas horas por dia?
R - Eu trabalho na feira das 7 horas da manhã até as 17h. Apesar de morar aqui perto, passo a maior parte da minha vida aqui nesse lugar realizando minhas atividades e conversando com meus colegas.


P - Quais são suas principais funções?
R - Aqui eu faço de tudo: cozinho, cato feijão e sirvo a todos. E é tudo isso que me deixa feliz. Estou nesse ramo há muito tempo, aqui é o meu lugar.


P - Você pensa em fazer outro tipo de trabalho, exercer outras atividades e mudar de emprego?
R - Hoje em dia, está muito difícil conseguir emprego. Como eu disse, estou aqui há muito tempo e não me vejo em outra situação, fazendo outra coisa. Claro que é sempre bom ganhar um pouquinho mais, mas só compensa se você estiver fazendo o que gosta. Aqui eu tenho meus colegas, e sei que posso contar com eles.

P - A vaidade e o bom humor são fatores presentes na sua vida. Como você consegue administrar isso nos seus dias, mesmo quando alguma coisa não vai bem?
R - Ah! Minha arma é meu sorriso, eu o levo para onde for. A pessoa só consegue fazer as tarefas de forma correta quando está bem, quando possui uma autoestima elevada, quando consegue manter o sorriso no rosto e a felicidade no coração.


P - Qual o principal conselho que você dá para seu filho, por exemplo, em relação a emprego e modo de vida?
R - Eu sempre falo a ele para fazer o que gosta, independente do que seja. Porque se ele fizer o que amar, o que se sentir confortável, ele vai longe. Não adianta fazer nada forçado, o esforço é compensado com o tempo.

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