23/11/2011

Dona Raimunda e a barraca de frutas

Tania Araújo

Fotos: Tania Araújo
Raimunda Souza Lima tem 54 anos e mantem uma barraquinha de frutas em Brotas há pelo menos uns cinco anos. A barraca é simples, mas “vende muito bem”, como a própria dona declara.

“Criei dois filhos com a venda de frutas”, conta Raimunda, enquanto ensaca frutas frescas junto com o filho mais novo, “antes nós tínhamos uma barraca no Lobato, aí a situação melhorou e compramos uma casinha aqui na Dom João VI, temos até um carrinho usado”.

Sua origem é a cidade de Irecê, de onde veio para Salvador bem nova, com os três irmãos mais velhos, para tentar uma vida melhor. “E deu foi certo”, declara. De seis em seis meses, Raimunda visita a família na cidade natal a quem ajuda sempre que dá. “O pessoal tem cabeça pequena, ficar em cidade pequena assim não dá futuro a ninguém”, afirma ela, que se já declara soteropolitana.


Ela e o marido saem duas vezes na semana bem cedo para ir ao centro de abastecimento da Ceasa em Simões Filho. Lá eles conhecem vários fornecedores e se dizem sortudos, pois recebem o privilégio de escolher as melhores frutas.

“Tem muita gente que cresceu comigo lá em Irecê, ou até mesmo conhece minha família, por isso eles guardam as frutas mais maduras”, conta Raimunda, orgulhosa de ser bem tratada no meio da confusão. “Ainda mais que a gente vem pouco e compra uma quantidade pequena”, complementa.

Sua maior alegria é saber que seus dois filhos pequenos estudam. Lamenta quando se lembra de seus sobrinhos na antiga cidade, que desde cedo pegam na enxada para ajudar os pais na roça. “Os meninos vêm ajudar só de tarde, de manhã estão no colégio”, assegura Raimunda.

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